quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

ATINGIR O ESTADO DE BUDA NESTA EXISTÊNCIA






"Se deseja libertar-se dos sofrimentos do nascimento e da morte - suportados desde o tempo sem início- e atingir a iluminação suprema nesta existência, deve despertar para a verdade mística inerente nos seres vivos. Essa verdade é Myoho-rengye-kyo. A recitação do Myoho-rengue-kyo lhe possibilitará compreender a verdade mística inata em cada vida.
(...)
Contudo, mesmo que recite e acredite no Nam-myoho-rengue-kyo, se pensa que a lei existe fora do seu coração, o senhor não está abraçando a Lei Mística, mas um ensinamento inferior. (...) Assim, quando o senhor recita myoho e pronuncia  rengue, deve ter a profunda fé de que o Myoho-rengue-kyo é sua própria vida.
(...)
Se buscar a iluminação fora de si, então,  mesmo que realize dez mil práticas e dez mil boas ações, tudo será em vão. Isso se compara ao caso de um homem pobre que passa dia e noite contando a riqueza do vizinho, mas não consegue conter uma ínfima quantia em benefício próprio. É por essa razão que a escola Tiantai afirma: “Se não despertar para a própria natureza, não conseguirá erradicar os graves crimes de sua vida.”
(...)
Conta também que se a mente das pessoas é impura, sua terra será igualmente impura. Mas se sua mente é pura, assim será a sua terra. Portanto, não há duas terras – pura e impura. A diferença reside apenas no bem e no mal da própria mente.”

CENÁRIO HISTÓRICO

Nitiren Daishonin escreveu esta carta a Toki Jonin em 1255. Toki era seguidor de Nitiren e vivia em Wakamyia, na província de Shimosa.
Nesta carta, Daishonin expõe de maneira clara sua convicção de que o Nam-myoho-rengue-kyo é o único caminho capaz de conduzir as pessoas à iluminação, mas alerta, de maneira enfática sobre a necessidade de se compreender que o Estado de Buda se encontra dentro de cada pessoa, caso contrário, não será possível erradicar as ofensas cometidas no passado e transformar o carma.
Em suma, dentro de cada um de nós existe um potencial infinito e que muitas vezes desconhecemos, e se não tomarmos consciência dele, nossa prática não terá o poder de transformar o destino.





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